sábado, 12 de maio de 2012

A difícil tarefa de ser gestor escolar no mundo globalizado.

Figura 1

Diretora de escola pública desde 1996 assisti nas últimas décadas a gestão escolar tomar diferentes configurações diante do contexto escolar.
A gestão escolar atualmente demanda mais do que uma boa formação, requer agilidade, determinação, comprometimento e muita paciência.
Antes de discorrer sobre o assunto, torna-se imprescindível aprofundarmos sobre o conceito etimológico de gestar para que se torne possível mensurar seu significado dentro do universo escolar. Segundo o Dicionário Houaiss, (2001) gestar traz diversos sentidos decorrentes da ação como: administrar, dirigir, proteger, abrigar, produzir, criar, nutrir, manter, mostrar, fazer aparecer, digerir, pôr em ordem, classificar, entre outros significados.

Isso demonstra, como é complexa  a função de um gestor de escola. Essa complexidade é que faz da natureza “gestar”, uma ocupação de difícil condução. “Administrador e mediador de conflitos, o diretor é, sem dúvida, o personagem que encarna a instituição escolar.” (BURGOS; CANEGAL, 2011, p.15)

A partir dos anos 90, com a política de descentralização e o aumento da autonomia da escola, se descortinou no âmbito educacional uma nova exigência sobre a escola, em especial sobre a figura do gestor escolar, que passou a ser visto como principal articulador de todas as ações da escola, o que gerou uma maior responsabilização, principalmente no que tange sua intervenção nas questões pedagógicas. Nesse sentido, França e Frossard (2011, p.8 apud TRIGO E COSTA, 2008), “indicam que a liderança tem assumido, nas organizações educativas, um papel de grande relevo, inclusive, passando a ser apontado como uma das chaves para mudanças dos sistemas e das organizações escolares [...]”.
 À luz dessas considerações, foi gerado uma nova dimensão  de gestão escolar. Os resultados alcançados nas  escolas passaram a ser correlacionados fortemente com a atuação do gestor escolar em todos os âmbitos educacionais.
A universalização do ensino preconizada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB/1996 trouxe juntamente com a massificação do ensino originada nos anos 70, toda a problemática social e econômica para dentro da escola, o que grosso modo, gerou uma desescolarização: “[...] ação combinada do esvaziamento e aligeiramento dos conteúdos escolares, da precarização dos espaços físicos escolares, das formas de trabalho que envolvem os processos de escolarização[...]”(PEREGRINO, 2010, p. 99).
  Resgatar as verdadeiras raízes da escola, se tornou atualmente um dos  principais objetivos da educação e, consequentemente, dos gestores escolares que precisam criar na escola mecanismos eficientes de ensino e aprendizagem.
A falta de estrutura das Redes de Ensino, aliada ao absenteísmo docente e a desestrutura familiar dos alunos, entre outros problemas de dimensões internas e externas, transformou a atuação do gestor escolar, em uma missão quase impossível de se enveredar de maneira satisfatória, em face de esse gestor estar o tempo todo voltado a administrar problemas recorrentes de um processo educacional que não favorece a atuação desse profissional como deveria.
Administrar processos, por vezes burocráticos, passa como menos trabalhoso, quando comparado a administrar os conflitos interpessoais que surgem na escola.

Figura 2
O gestor se vê o tempo todo em um dilema; se for autoritário demais, corre o risco de responder por assédio moral, ao passo que  omisso e pouco atuante, perde o respeito da equipe e a instituição educacional fica fragilizada.
Exercer a liderança torna-se  elemento fundamental para gestão escolar, porém, se isto não for executada de forma adequada, o gestor corre o risco de se frustrar diante dos resultados e, ainda, ficar sobrecarregado se não administrar bem a distribuição de tarefas.
Então, como redirecionar o papel da escola e, ao mesmo tempo encontrar um equilíbrio eficiente na gestão escolar?
Se você é gestor escolar, e compartilha dos mesmos dilemas, deixe seu comentário...
Até breve!
Sugira temas para as próximas discussões!      

Figura 3
Referências  
BURGOS, M. B.; CANEGAL, A. C. Diretores Escolares em um Contexto de Reforma da Educação. Revista Pesquisa e Debate em Educação. v.1. n1. p. 15. 2011. Disponível em  <http://www.ppgp.caedufjf.net/mod/resource/view.php?id=2350>. Acesso em 09 maio 2012.

 FRANÇA, I. A.; FROSSARD, L. Responsabilidade e Gestão: Percepção de diretores escolares sobre autonomia em seis estados brasileiros. p. 8. 2011. Disponível em: <http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdron2011/PDFs/.../0277.pdf.> Acesso em 9 maio 2012.

Houaiss, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Editora Objetiva. 2001


Dicas de blogs:
<http://www.vila.com.br/blog/?p=3400>Artigo: diretor escolar: qual é o seu desafio?

Nenhum comentário:

Postar um comentário